Revisões podem ser indispensáveis para concluir um projeto que seja fiel ao escopo original. No entanto, é preciso entender em quais casos isso pode ser evitado e quando é realmente necessário.

O planejamento é primordial para o sucesso. O alinhamento entre todos os projetos, estudo de viabilidade da obra, regulamentação, segurança no trabalho, levantamento de orçamentos e fornecedores, detalhamento dos projetos e memoriais descritivos, cronograma físico-financeiro para cada etapa, plano de ação para imprevistos, autorizações e acompanhamento são etapas obrigatórias para o sucesso do todo.

O tempo para concluir estas ações deve ser similar ao tempo de execução da obra. Se assim fosse, grande parte dos problemas não surgiriam e mudanças no escopo seriam dispensáveis.

A ausência desse planejamento e da sincronicidade na pré-execução entre engenheiros, arquitetos, projetistas, gestores, fornecedores e proprietário, é a causa de desperdícios, despesas adicionais e quebra de cronograma. E claro, insatisfação de todos os envolvidos.

Desde o início, é preciso um coordenador de projetos responsável pelo gerenciamento na concepção e no andamento do empreendimento residencial ou comercial. Este profissional pode ser o próprio arquiteto. Ou um terceirizado contratado justamente para fazer a compatibilização de projetos e alinhamento de equipe multidisciplinar. A desatenção ou inexperiência do ocupante deste cargo pode ser o ponto inicial para possíveis alterações no escopo.

Outro fator comum da necessidade de mudanças é o diferente foco de cada profissional. Por exemplo, os arquitetos tendem a se preocupar mais com a estética. Enquanto engenheiros com a construtibilidade e racionalização. Por isso, às vezes é interessante um terceirizado que tenha somente a atribuição de coordenar todo este “enredo”.

 

Itens que podem gerar alterações de escopo inerentes ao projeto original

  • Alteração brusca nos valores de preços de insumos;
  • Falta ou atraso de material (pastilhas, azulejos etc.);
  • Alongamentos de escopo por conta de mudanças solicitadas pelo proprietário;
  • Excesso de termos técnicos no escopo que confundem o proprietário;
  • Informações vagas em memoriais descritivos “assentamento de revestimentos cerâmicos ou semelhantes”.

 

 

Veja o relato da arquiteta Maria Cecília Levy, “Antes, a laje do pavimento era plana. Depois surgiu a necessidade de ter um desnível que não havia sido definido desde o início. Essa alteração vai repercutir sobre outros projetos. Como o de hidráulica e o de paisagismo, porque a tubulação fazia um caminho, e agora vai ter que fazer outro, por onde encontrará vigas. O que exigirá furações estruturais também não previstas inicialmente”.

Cabe ao coordenador do projeto estudar cada situação para fazer as alterações necessárias no escopo sem perder a essência do projeto. Estas mudanças implicam na revisão de orçamentos, cronogramas, escolha de materiais, entre outros.

 

Quem paga as despesas adicionais?

Uma questão importante é: quando o cliente deve pagar pela alteração e quando não. Quanto maior o cuidado com as questões exibidas neste artigo, mais claro o julgamento de quem será o responsável pela despesa adicional.

O cliente também deve ser consciente. O arquiteto Roberto Loeb esclarece, “A dificuldade está em lidar com a diferença que existe entre o tempo do mercado e o tempo do projeto. Todo mundo quer tudo pronto para ontem. Há uma desinformação dos clientes. Eles acham que basta contratar e pagar para ter o que querem de pronto. Só que o projeto é algo muito complexo. Envolve muitas interfaces, e precisa de um tempo de maturação. A coordenação de projeto é atuante e importante nesse jogo.”.

E completa, “Tudo tem que ser pensado, em conjunto, e cada ponto tem efeitos sobre cada uma das interfaces de projeto que se coordena – estrutura, hidráulica, elétrica, arquitetura, outros. De forma que mexer numa delas representará mudanças potenciais em todas as outras.”

Dependendo do caso, o cliente deve entender as consequências de mudanças e cobrir os gastos não previstos.

 

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